Nasci forte, com o dom de vencer. Firmeza e força tenho no meu sangue. Vim ao mundo para encantar, para ser alguém que possa marcar a diferença. Nasci para lutar, contra tudo e todos em defesa do meu bem. Mas sim, também choro. Ninguém é feito de ferro. Sou feita do mesmo material que vocês; tenho cabeça, tronco e membros; elaboro as tarefas básicas como vocês; escrevo para viver e respiro para sobreviver. Olho o mar e vejo-o igual: revoltoso e desobediente, cristalino e azul. Também já fiz castelos, vi dunas e molhei os pés na água gelada. Também já abri os braços e cheirei aquela maresia maravilhosa! Também já desenhei o pai, a mãe e o irmão numa folha de papel branca; já pintei flores e barcos, meninos e meninas, jardins e baloiços. Já avistei a chuva através de uma janela, já chorei por não poder ir brincar lá para fora e até por não poder apanhar chuva numa simples mão pequena e sedosa, como era a minha. Hoje? Hoje sou grande, sou enorme. Quero ser ainda maior, maior em relação a este mundo mas muito mais pequena em relação ao meu. Sempre me ensinaram a ser quem sou, a não adoptar fingimentos nem outras personagens se não a minha. A personalidade é algo que nasce e se vai trabalhando até morrer. A minha… A minha será uma das mais fortes, das mais completas e desejadas, pois eu trabalharei para que isso aconteça. Quero ser alguém para que mais tarde, os meus filhos e netos tenham orgulho em mim. Para que eu própria me possa ver ao espelho e afirmar com toda a certeza que vejo uma grande mulher com uma vida fantástica vivida e por viver.
Calma e serena, escrevi com a minha pena, toda esta certeza....
Carta de uma amiga:
"Não sou quem julgas eu ser, sou muito mais do que aqueles que julgam quem eu seja, mas quebro-o a teu critério, pois é nesta declaração que ofenderá o mundo (...e sua riqueza) em teu custo, bela Donzela!
Tento contornar os meus defeitos, suplicando aos deuses por uma virtude (tua) em meu favor!
Não vou descrever a minha imagem (ou personagem) que sobrevive a todo o custo ao egocentrismo humano, a única "perfeição" que em mim se apodera é, concerteza, a tua capacidade de amar alguém.

Ansiei esta ocasião para expressar finalmente, para entregar as minhas palavras em ti! Estou tão perto e presente na tua vida (...quanto tu na minha) mas são breves momentos que traçam meia perdição, meio carinho e ternura (custa sonhar! Sonhar com o teu sorriso e um abraço e não te ter a meu lado. Recaio no poço da tristeza e amargura, quando o feitiço da tua mão não enlaça na minha, sê minha para todo o sempre!
Farei de ti, a rapariga mais feliz do todo o Universo!
Princesa, competiste o meu coração magoado do passado para um... cheio de cor e alegria, devo-te o Mundo!
Desde a cumplicidade de um data (17/06/91) até ao regresso da morte interior (...)
É só para você ficar sabedora".
Ana Rita Garrido
(14/02/08)
Não quero esquecer o fundamento desta carta...