Deixar-me-ei levar pela brisa, pelo vento
Guiar pelo céu entre as nuvens e entender
Esse grão de areia, esse pensamento
Que voa sem medo do que possa ser
Deixar-me-ei ir por aí...
Por entre as esquinas e olhares
Por entre as gotas da chuva e orvalho
Misturar-me-ei no azul e no verde dos mares
Serei do perfume o aroma que espalho
e deixar-me-ei ser o que for
Sentir o que tiver de ser meu
Deixar-me-ei provar ódio e amor
Para melhor entender quem sou eu
Deixar-me-ei ir assim...
Como se pétala em largada de flor eu fosse
e saboreando um pouco de mim
Deixar-me-ei cair on Deus quiser que pouse
e fico onde eu sentir que serei...
Maria Corgas, Caldeirão das Memórias